Esta noite sonhei contigo. Sonhei mesmo contigo. Levaste-me às costas, embriagaste-te de mim, enfrentei-te os olhos, segurei-te a cara, abracei-te o tronco, fraquejaram-me as pernas, intensificaste a expressão e disseste-me sem palavras que gostas de mim como eu gosto de ti. Fora de sonhos e devaneios, esse diálogo silencioso acontece, pelo menos eu sinto que sim, a forma como me olhas, como evitas o meu olhar, como revejo o meu desconforto no teu nas poucas (tão poucas) ocasiões que estás ao meu alcance, o meu nervosismo idiota e risonho e brincalhão, tudo me diz que sim, que sim, que me pertences em mente ou espírito ou alma.
Se eu fosse leoa agarrava-me a ti e não te deixava até que te rendesses sem hipótese de retorno ou arrependimento. Se fosse águia sobrevoava-te de acordo com a tua disposição de sol ou sombra. Se fosse alguma coisa que não eu, não te largava até te renderes. Rende-te. Aconchega-te em mim. Rende-te em mim.
Santa Weirdo
10 hours ago