March 31, 2007

Unsent

É triste sentir tanto e manter tudo cá dentro. Se algum dia me abrir contigo, antevejo fogo de artifício e um mar de ternura, onde me banho demoradamente.
Quando é que te toco? Faltará muito para chegar o primeiro dia do resto da minha vida? Nunca mais chego ao meu porto de abrigo.
Vejo-me dar-te a mão. Vejo-me feliz contigo. Mal posso esperar pelos teus olhos. Sempre que olhas nos meus mergulho naquele atordoamento/encantamento sem defesas possíveis.

Algo me assusta. Olho mil vezes para a porta para ver se entras; quando o fazes não consigo olhar-te.
Ontem toquei-te.
Perguntaste "o que é que estás aqui a fazer?" e desarmaste-me.
(25 Janeiro)

E cada dia morro mais um bocadinho pela falta de oxigénio, nesta espera do que quero e nesta saudade do que já tive. Foi o melhor e o pior que já me aconteceu. Fui atropelada por um camião e ainda não descobri onde aterrei. Já vejo a pista, na tua forma, o farol nos teus olhos, a segurança na tua pele morena. A grande incógnita é a hora da chegada. Não sei o que fazer para chegar ao meu destino. Quando estás por perto tudo treme. Por dentro.

A solidão faz-me companhia e eu a ela. Esta espera por ti sei que vale a pena.