September 18, 2007

Cobertor

Tremo na noite escura e fria, tão escura e tão fria. A minha inaptidão destapou-me de um cobertor que não me aquece há anos, que se colava a mim sem eu precisar de fazer nada, apenas estar ao teu lado.. Apenas ser carne e sangue e vida em ti. Apodreço na minha campa, na minha cama, na minha vida por viver.
A minha mão ainda preenche as tuas costelas, os dedos ocupando-lhes os espaços e a palma sugando-lhes o calor. Ainda percorro os teus lábios, mensageiros da água da vida e da morte. Nasci e morri em ti. Morri contigo.

September 11, 2007

Seis anos de impotência

Há seis anos assisti ao filme de terror que me incomodou para o resto da vida, os outros apenas me incomodaram por uns minutos ou por umas horas. Assisti de mão na boca, de mãos na cabeça, os monstros caíram com fúria sobre os inocentes, o pó invadiu a cidade, o rasto feriu o globo e o sangue banhou os mortais.
Conseguiram assustar-me, senti medo de andar na rua.
Incrível. Incrível como pode uma coisa destas acontecer perante os meus olhos e a minha impotência. Sou impotente perante este mundo. Cruel e cheio de monstros e sombras.
Sou impotente perante a crueldade do mundo. Não sou nada.

September 09, 2007

Now kiss me

"Back in green youth, Claire became an advocate for flavored kisses. She would break off new spring growth at the end of a birch twig, peel the dark bark to the wet green pulp, and fray the fibers with her thumbnail - then put the twig in her mouth and hold it there like a cheroot. After a minute she´d toss it away and say, Now kiss me. And her mouth had the sweet sharp taste of birch. In summer, she did the same with the clear drop of liquid at the tip of honeysuckle blossoms, and in the fall with the white pulp of honey-locust pods. And in winter with a dried clove and a broken stick of cinnamon. Now kiss me."

Now kiss me.