December 18, 2008

Gray Matters

Tenho que referir que tinha um pé atrás (ou os dois?) quanto a este filme. Pensei que fosse mais um Imagine Me & You ou You & Me ou lá o que é (nunca sei). Talvez por causa disso, a verdade é que me surpreendeu ao revelar-se uma conseguida, relevante e actual construção de uma personagem que descobre algo potencialmente aterrador - a sua verdadeira orientação sexual. E potencialmente aterrador porquê? Está lá tudo dito. Heather Graham revela-se um achado e empresta a Gray uma personagem credível (impressionou-me especialmente as suas dancing skills - também queeeerrrroooooo!!! Veeery appealing...).
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Suponho que o maior mérito irá para os argumentistas e fiquei logo de "antena no ar" quando li o nome Alexander Payne na produção. Ora este senhor, para os mais desatentos, é um conceituado criador/argumentista/realizador de filmes independentes e, para alguns, de culto como Sideways, About Schmidt, Election e Paris Je T´Aime. Sendo assim, talvez esteja aí este "toque de Midas" neste Gray Matters, aquele toque de qualidade que nos garante que não estamos a consumir enlatado para agradar às hordes, mas sim uma especiaria, quase um labour of love. E digo quase porque, claramente, os personagens secundários deixam muito a desejar, cada um criado para um único propósito. Bridget Moynahan (da série 6 Degrees) é a que despoleta a tal descoberta. Depois disso, é uma perfeita inútil. Thom Cavanagh é o irmão/alma-gémea que conhece Gray melhore que ela própria - tããããão visto... Molly Shannon (SNL) é a amiga / comic relief - competente, como sempre, mas... nothing new... Alan Cumming e Sissi Spacek têm participações interessantes mas também um pouco "reduzidas". E pronto, há lá outra personagem (muito) secundária (demasiado) que, por isso mesmo e para os mais atentos a uma certa série, se percebe o que está ali a fazer. E o final também é um pouco... a jeito. Se assim não fosse, sairia dali um verdadeiro labour of love.

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